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22/08/2017

[Report] Vagos Metal Fest 2017 (2º dia)


12 de Agosto, com Soulfly, Korpiklaani, Powerwolf, Primordial, Metal Church, Batushka, Hills Have Eyes, Brutality Will Prevail e Implore


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Como é compreensível, a afluência ao recinto, às 16h deste segundo dia, já não foi a mesma mas, lentamente, a mancha de público foi aumentando, até a vermos superar a do dia anterior.

Aos que perderam a atuação dos Implore,  podemos dizer que foi uma agradável surpresa. Mesmo a sofrer com o calor da tarde, todos sentiram a energia por eles disparada. O som agressivo, marcado pela rebeldia da mensagem de protesto, movimentou rapidamente o recinto e convenceu quem os ouviu. Esta banda de grind/death lança, no próximo mês, mais um trabalho de longa duração.


Seguiu-se o deathcore , trazido de Cardiff pelos Brutality Will Prevail, a conseguir prender o público, agora mais numeroso, nos riffs longos e na lírica picada de revolta.  O tema Casket foi o que melhor nos ficou na memória e foi também destacado pela banda. 


Com Hills Have Eyes, voltámos a ver o recinto cheio e alguma mudança no ambiente geral. Gente muito jovem na linha da frente, um vocalista hiperativo, e circlepit logo no início, foram alguns dos elementos de destaque desta atuação. 
Fábio Batista  partilhou com o público que a banda fora avisada que talvez não fosse bem recebida no Vagos Metal Fest mas afirmou que, afinal, era bem visível o respeito pelas bandas portuguesas e pela diversidade de gostos musicais. Fica também o destaque para a interpretação do recente Never Quit, lançado no mês passado.

Ainda sem atrasos, os americanos Metal Church só nos deram tempo de engolir uma ou duas bebidas para refrescar do calor, antes de começarem a tomar conta do palco. Notou-se que eram muito aguardados, pela forma como foram recebidos por todos. O thrash metal esteve em grande com temas como Start the Fire ou Badlands, bem acompanhados pelas palmas do público.

Os irlandeses Primordial protagonizaram, quanto a nós, um dos grandes concertos deste segundo dia. Com o recinto cheio, fizeram a sua entrada triunfal logo com o grandioso Where Greater Men Have Fallen e o público permaneceu, de imediato, sob o domínio do olhar do vocalista Alan Averill que parecia fixar todos e qualquer um (exceto quando aclarava a voz com mais um gole de tinto do Douro). 
Nas várias interações que manteve com o público, fez questão de repetir que a banda voltará a Portugal. Completamente rendidos, ouvimos ainda Babel's Tower, The Coffin Ships, e Empire Falls, entre outros, e nem os problemas com o microfone (prontamente resolvidos) conseguiram retirar brilho a esta atuação.

Tal como já esperávamos, Korpiklaani foi sinónimo de festa: hora de jantar para alguns, de beber para outros, e de boa disposição para todos, ao som do folk metal destes finlandeses, regado com  Vodka e Beer, Beer, pelo menos. Desconhecemos o nome de outros temas mas conseguimos perceber Obrigado!, em bom português, no final do concerto.


E depois, tudo mudou. Pelas 23h,  já bem tratados de comida e bebida, preparámo-nos para Soulfly. Com a zona do palco completamente cheia, a máquina bem oleada pela experiência de Max Cavalera disparou, sem dó nem piedade, dezasseis temas que fizeram tremer o chão.


Se, ao iniciarem com Blood Fire War Hate, já sentíamos o público em euforia, em We Sold our Souls to Metal, já só víamos uma mancha  enorme de gente aos saltos à nossa frente. Durante todo o concerto, foi este o ambiente que presenciámos: público a cantar, a saltar, a bater palmas incansavelmente. Só o solo de guitarra acalmou um pouco esta euforia e deu descanso ao baterista Zyon Cavalera, que ainda partiu uma baqueta e suava copiosamente do esforço. Destacamos ainda o coro certinho dos fãs a entoar o refrão de Umbabarauma, entre outros excelentes momentos.

O público do Vagos Metal Fest não se cansa facilmente e ainda bem. Depois da agitação anterior, preparou-se para  a holy heavy metal mass, conduzida pelos alemães Powerwolf, e ainda fez um brilharete que muito surpreendeu o vocalista Attila Dorn, ao repetir na perfeição a melodia por ele ensinada. Mesmo não apreciando o género, até nós participámos nestas interações com a banda e acabámos por apreciar o concerto, que se revelou enérgico e divertido. Destacamos o último tema We Drink Your Blood, pelo fantástico acompanhamento do público.

E o dia só não foi quase perfeito, devido ao atraso, de quase uma hora, que nos forçou a ouvir os polacos Bathuska pelas três horas da madrugada. Ansiosos pelos temas do álbum Litourgiya, assistimos pacientemente aos testes de som e à colocação dos adereços no palco mas já sobrou pouca resistência para o concerto que, ainda assim,  primou pela diferença de sonoridade e se aproximou bastante do que esperávamos. Embalados pelo doom/black tardio, afastámo-nos das vozes do coro de Bathuska e recolhemos à base.

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Texto: Sónia Sanches
Fotos: Nuno Santos (todas as fotos aqui)



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